Pandemia da informação

Toda estrutura é feita com uma dimensão de suporte, desenhando, podemos observar e citar uma cama, produzida para suportar até 150 quilos, um veículo para 5.000 quilos, uma rodovia para trafegar 50.000 veículos por hora, um sistema de saúde para atendimento de um número X de enfermos diário, a depender da localidade efetivamente.
Neste sentido chegamos ao ponto crucial defendido pelas organizações referências mundiais em saúde pública, o de não sobrecarregar os sistemas de saúde (não só brasileiro) com uma única demanda epidemiológica, seja ela de varíola, sarampo, ah1n1 ou covide-19...
Isso se deve não por conta de evitar mortes, o que realmente não se pode afirmar ser possível, e sim em postergar o contágio, de modo que escalonado, crie uma demanda suportável aos citados sistemas.
Tempos históricos somos testemunhas nestes dias, haja vista a guerra de ideias e ideologias criada, obviamente, envolvendo interesses que a esmagadora maioria que se digladia, jamais imagina, jamais saberá estar apoiando.
Podemos estar falando de interesses republicanos ou não, mas o que importa realmente, pouco é mencionado. O fato de termos um número limitado de leitos, de sermos um país pobre, de vivermos a escassez de EPIs para os profissionais de saúde, de que o mundo e seus males não tenha parado, embora em dados momentos devido ao massacrante e exaustivo show midiático de ambos os lados, e as moléstias rotineiras continuam, e por fim e tão importante quanto, nossa capacidade de atendimento continua como sempre, muitíssimo restrita sob o prisma de um número ideal para patamares de 1º mundo.
Portanto, aqueles que se prestam a desenformar estão servindo apenas de ferramenta de torque de um ou outro interesse, o que repito, as pessoas mal sabem onde o que realmente apoiam, como o vento soprado que enfuna uma vela rumando ao infinito “lost”, por óbvio o destino pode divergir, cabendo a quem " bafeja", entendendo no limiar o desfecho, mudar o rumo.

Por Elmar Santos - Abril 2020