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Sabão é melhor do que álcool em gel. Mas precisa ser usado da forma correta

Lavar as mãos, muitas vezes, é considerado um ato simples e sem grande importância. Todavia, a higienização desse órgão pode ser considerada como uma medida de prevenção contra várias doenças, podendo, inclusive, salvar vidas.

Atualizado em 17/03/2020 11:13:15

Os 20 segundos de lavagem ajudam bastante. "Mas, para eliminar mais de 90% dos vírus, o ideal seria investir de 30 a 40 segundos", calcula o especialista Roberto Figueiredo. Isso para a gente não deixar nenhum pedacinho de pele fora do alcance da espuma.
Primeiro, é para esfregar bem uma palma na outra. Na sequência, momento de lavar um dorso e, depois, outro. Hora de entrelaçar os dedos para friccionar a área entre eles. Com a ponta das unhas da mão esquerda, arranhar a palma ensaboada da direita e vice-versa. Lavar as laterais fechando as mãos como se estivesse prestar a dar um soco, então limpar os pulsos, os antebraços e deixar a água escorrer apontando os punhos para baixo. "Logo no início, vale passar rapidamente um pouco do sabão na própria torneira, bem onde sai a água", ensina Figueiredo.
Para quem acha os tais 30, 40 segundos para fazer direito esses movimentos um exagero, ele propõe uma experiência: espalhe um bocado de óleo nas duas mãos e vá lavá-las. "Se limpar ligeiro, alguma área permanecerá engordurada", diz. Frequentemente, diga-se, aquela entre os dedos — um lugar e tanto para o coronavírus e outras sujeiras se acumularem. Procure enxugar as mãos usando duas folhas de papel-toalha. "Só esse gesto elimina mais uns 4 em cada 10 daqueles cerca de 8% de vírus que restaram", estima Roberto Figueiredo. A toalha de tecido de uso em uso vai ficando suja e provavelmente não faz o mesmo.
Também não adianta lavar as mãos e girar a maçaneta onde todo mundo encostou para sair. O certo é, com o mesmo papel com o qual enxugou as mãos, você envolvê-la e girá-la, segurando a porta com o pé. Pelo mesmo motivo, especialmente se não há papel para cobrir a maçaneta, não vale passar álcool em gel no banheiro para completar a limpeza. Faça isso só quando sair dali.

E o álcool em gel?
Ele é capaz de inativar cerca de 85% dos coronavírus — portanto, é menos poderoso do que o sabonete. Como? "Ele desnatura proteínas", diz Roberto Figueiredo. Em outras palavras, quebra as suas moléculas. E as tais espículas que o coronavírus usa para espetar e injetar seu RNA em nossas células são compostas de proteína. Ou seja, elas somem. O corona perde a sua famosa coroa. Já era.
Para isso, precisa ser álcool em gel 70%. "O álcool 40% não vai funcionar", reforça o biomédico. "Muito menos formulações caseiras ensinadas na web que levam até gelatina e viram um meio de cultura para bactérias." Uma saída para quem não encontra o produto é buscar farmácias de manipulação, que poderão preparar a fórmula do álcool em gel com um pouco de glicerina pura. Aliás, as formulações sempre devem conter uma substância emoliente. Isso porque, embora a queratina que torna a nossa pele impermeável evite que o álcool em gel quebre as nossas próprias proteínas — e não só as dos vírus e bactérias —, o fato é que ele sozinho provoca ressecamento. E, se surgirem fissuras, elas serão brechas para os germes. O jeito certo de passar o álcool aquela gotinha espalhada de jeito displicente, não vale. O correto é usar uma quantidade generosa o suficiente para o álcool em gel entrar em contato com todas as áreas — entre os dedos, sob as pontas das unhas… — e, de novo, sem esquecer pulsos, antebraço… Detalhe: melhor a gente massagear o produto nas mãos por 15 a 20 segundos. Essa fricção vai arrastar partículas de sujeira do seu lugar. Ouviu aquela história de que o álcool em gel não adiantaria se a mão estivesse muito suja? "O coronavírus pode se esconder sob uma partícula de poeira e o álcool, se você não afastá-la com esses movimentos, só encostará nela, enquanto ele continuará protegido", descreve Roberto Figueiredo aquilo que seria visto em um microscópio. Você sempre poderá usar esse álcool para completar a lavagem com sabão, tentando fazer com que a porcentagem de vírus inativados aumente ainda mais. Mas, para Roberto Figueiredo, a grande função do álcool é higienizar quando não há pia por perto. Se há pia, o sabonete, sim, é insubstituível.
Por mais que tenha feito tudo direito, o serviço de limpeza se perde sempre que você pega em maçanetas de porta, chaves de carro, campainhas, botões do elevador. Não existe uma frequência determinada para lavar as mãos, pensando na prevenção do coronavírus.

Fonte: Uol.com.br


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