Entidades que representam os grevistas aprovaram medidas anunciadas por Temer na noite de domingo — e elas que sequer mencionavam esse tipo de combustível
Atualizado em 28/05/2018 17:53:47
Alguns grupos de WhatsApp passaram a circular notícias falsas de que os caminhoneiros em greve haviam pedido redução no preço da gasolina, o que tem confundido a população. Os grevistas garantem que em nenhum momento mudanças no preço ou isenção de impostos sobre a gasolina entraram na pauta de negociação da categoria com o governo federal. Tanto é que entidades aprovaram as medidas anunciadas pelo presidente Michel Temer na noite de domingo — e que sequer mencionavam a gasolina.
A categoria tem uma pauta muito clara e específica que vem sendo cobrada nos últimos anos: a isenção do eixo suspenso nos pedágios de rodovias e a isenção de Cide e Pis/Cofins sobre o óleo diesel. Em nenhum momento a gasolina entrou nas negociações — afirma André Costa, presidente da Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Rio Grande do Sul (Fecam-RS), que representa cerca de 90 mil motoristas no Estado.
Costa avalia que o boato pode ter vindo à tona em razão da adesão de outras categorias à paralisação desde a última quarta-feira, como motoristas de aplicativos, motoboys e produtores rurais, além do apoio de uma parte da população ao movimento:
Outros setores da sociedade foram aderindo e criaram expectativas de incluir outras pautas nas reivindicações, como mudança na política de preços da Petrobras. Apesar dos anseios da população em nenhum momento essas outras pautas foram acatadas por lideranças regionais e pela categoria.