Empossada no último sábado para um novo mandado, a sindicalista Júlia Pereira da Silva se transformou ao longo dos últimos 25 anos, numa grande defensora dos trabalhadores do setor têxtil e calçadista.
Atualizado em 06/03/2017 20:40:39
A coragem, a determinação e o desejo de garantir melhor condição de vida para os trabalhadores, tem pautado a luta da sindicalista Júlia Pereira da Silva, no comando do Sinditêxtil - Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Goioerê de Região.
A trajetória Júlia Pereira no sindicalismo já tem mais de 25 anos. Ela é uma das mulheres que romperam o ciclo de exclusividade masculina em lideranças sindicais e incentiva a participação da mulher na luta trabalhista. A valorização feminina sua gestão é tão grande, que dos 21 cargos na diretoria, 19 são ocupados por mulheres.
A guerreira Júlia Pereira iniciou sua liderança sindical, quando ainda desempenhava a função de operadora de máquina, na Fiação de Goioerê. Sempre lutando por seus ideais, ganhou a admiração, o respeito e a confiança de todos os seus colegas de trabalho.
Essa liderança lhe conduziu ao cargo de vice-presidente do Sindicato. Depois de um ano de trabalho, ela assumiu o desafio de presidir a entidade. Depois da filiação a Federação dos trabalhadores nas Industriais do Paraná, o Sindtêxtil se estabeleceu como um instrumento da luta dos trabalhadores do setor de fiação e tecelagem e vestuário.
“Estou há muitos anos na direção deste sindicato, e nossa luta para melhorar as condições de vida e de trabalho de nossa classe é sempre difícil, uma vez que enfrentamos inúmeros desafios, dentre eles, o de construir uma estrutura que possa cada vez mais, melhorar o atendimento de nossos associados”, destacou a presidente.
Júlia fala sobre a sua grande responsabilidade, pois é preciso enfrentar todos os dias, os reclamos da categoria por melhores condições de trabalho nas empresas, por melhores salários e pela garantia dos direitos de nossos associados. “Todos os anos, procuramos negociar nossos acordos coletivos de modo possamos repor nossas perdas salariais e obter sempre um aumento real para nossos salários, que são a garantia de uma vida melhor para as nossas famílias”, informou.
DESAFIOS ATUAIS
Segundo a presidente do Sindtêxtil, que atende cerca de 150 cidades do Paraná, um dos grandes desafios é a ausência do cumprimento das leis trabalhistas. “Esse problema é o que chamamos de informalidade do trabalho”, explica ela, citando que não é possível conceber que um trabalhador desempenhando sua função sem carteira assinada.
Outro desafio, segundo ela, é luta para ampliar as conquistas de toda a classe. “Aí precisamos da unidade maior, da federação, de nossa Central Sindical, a CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil. São os desafios que necessitam de mudança nas leis. Queremos a redução da jornada de trabalho, sem redução dos salários, para que possamos ter mais tempo para a nossa formação e a nossa família. Queremos o fim do Fator Previdenciário que limita os valores de nossa aposentadoria. Queremos o fim do assédio moral e sexual no trabalho. Creches públicas em maior quantidade. Serviços decentes de saúde e qualidade na educação. Tudo isso depende de nossa união e de nossa luta”, concluiu.
Júlia Pereira: Uma guerreira em defesa do trabalhador