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Anvisa se posiciona contra o uso da ivermectina na Covid-19

Segundo o órgão ligado ao Ministério da Saúde, o seu uso não é recomendado para a doença causada pelo coronavírus. A agência foi taxativa ao afirmar em nota que não existem estudos que comprovam o uso desse medicamento para o tratamento da covid-19.

Atualizado em 16/07/2020 21:02:58

A Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária fez um alerta diante das notícias recentes de que algumas prefeituras pelo Brasil distribuirão o medicamento ivermectina como forma de tratamento e até prevenção à covid-19.
Segundo o órgão ligado ao Ministério da Saúde, o seu uso não é recomendado para a doença causada pelo coronavírus. A agência foi taxativa ao afirmar em nota que não existem estudos conclusivos que comprovam o uso desse medicamento para o tratamento da covid-19. Além disso, reforçou que o uso de medicamentos sem orientação médica e sem provas de que realmente estão indicados para determinada doença traz uma série de riscos à saúde.
A Anvisa lembrou que a ivermectina é um medicamento recomendando contra parasitas. Em estudos recentes, o remédio até mostrou resultados positivos contra uma ampla gama de vírus, mas a conclusão foi feita com base apenas em estudos in vitro, ou seja, sem a etapa seguinte de testes em humanos. "Os resultados encontrados in vitro não podem ser tomados como verdadeiros in vivo", advertiu o órgão, acrescentando que há apenas um estudo em andamento no Brasil para a comprovação da eficácia do medicamento contra a covid-19. A iniciativa, porém, tem previsão de conclusão para julho de 2021 e não teve a anuência da Anvisa.
O órgão ligado ao Ministério da Saúde ainda demonstrou preocupação com a falta de dados sobre a ivermectina que indiquem qual seria a dose, posologia ou duração de uso adequada para impedir a contaminação ou reduzir a chance de gravidade da doença.

PÍLULA MÁGICA
A história de usar ivermectina no Covid-19 começou por conta de estudos in vitro mostraram capacidade da droga em reduzir a replicação de RNA viral do SARS-CoV-2, ao se ligar a proteínas de transporte celular e impedir a entrada do vírus no núcleo da célula. Esta evidência é interessante, pois a ivermectina é uma droga barata e amplamente disponível, já que está na lista de medicamentos essenciais da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Porém, a grande dificuldade está em repetir os resultados in vitro em estudos in vivo. Para isso, esbarramos no fato de os dados farmacocinéticos disponíveis para a ivermectina indicarem que as concentrações inibitórias de SARS-CoV-2 praticamente não serem alcançáveis com os regimes de dosagem até agora conhecidos em seres humanos. Sendo assim, para combater o vírus in vivo, precisaríamos de uma overdose de ivermectina, com uma dose 17 vezes maior do que a dose máxima permitida para humanos. Esta overdose poderia gerar consequências, como depressão do sistema nervoso central.


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